Acessibilidade Universal: um passaporte para um mundo mais acessível
Escrito por Stannah
Vivemos tempos de mudança, onde os problemas de mobilidade já não são sinônimo de uma vida estagnada, mas somente um obstáculo que pode ser superado se todos contribuirmos para criar um mundo mais inclusivo.
É por isso que a acessibilidade universal já não é apenas “a palavra do dia”, é um direito fundamental que todos devemos abraçar e defender.
Felizmente, nos últimos anos, há uma crescente preocupação com a inclusão e a igualdade de oportunidades. Tal tem permitido eliminar barreiras que impediam algumas pessoas de acessar os serviços e espaços que necessitam.
Esta é uma realidade que conhecemos bem, na Stannah. Todos os dias conhecemos pessoas que procuram soluções de mobilidade inovadoras para derrubar as barreiras de acessibilidade e viver de forma mais autônoma e feliz. E todos os dias trabalhamos para que isso aconteça.
Neste artigo, vamos explorar os diferentes benefícios da acessibilidade universal, desde espaços físicos a plataformas digitais adaptadas, e de que forma este conceito nos pode ajudar a criar uma sociedade mais acolhedora para todas as pessoas, quaisquer que sejam as suas limitações.
Por isso, junte-se a nós e venha saber mais sobre a acessibilidade universal e o futuro inclusivo que desejamos para todos.
O que é a acessibilidade universal?
Segundo a Organização Mundial da Saúde, 16% da população mundial sofre de algum tipo de deficiência ou incapacidade. Ao olharmos para o Brasil, percebemos que os números obtidos pelo IBGE contam uma história semelhante – 24% da população vive com algum tipo de incapacidade.
Mas, afinal, o que é a acessibilidade universal? A acessibilidade universal tem por base garantir que todas as pessoas, seja qual for a sua condição, tenham acesso livre e igualitário a todos os espaços, serviços e infraestruturas. Isso inclui também as viagens aéreas para idosos, garantindo que possam viajar com conforto e facilidade. Essa inclusão é essencial para promover a independência dos idosos, permitindo-lhes viver de forma autônoma e ativa. E inclui tudo o que pode imaginar, desde edifícios e transportes até aos sistemas de comunicação e informação.
E quem não gostaria de ter uma vida mais ativa e independente? Ter a oportunidade de desfrutar dos mesmos espaços e serviços é meio caminho andado para uma vida mais plena e feliz e é precisamente neste contexto que o conceito de acessibilidade universal pode transformar a vida das pessoas que vivem diariamente com problemas de mobilidade.
Garantir a acessibilidade universal: o papel da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
Entre todas as organizações que promovem o cumprimento dos direitos humanos e a maior inclusão de todos os cidadãos, a ONU destaca-se com a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (Convention on the Rights of Persons with Disabilities).
Esta Convenção foi definida na Assembleia Geral realizada em 2006 e destacou os seguintes princípios:
- As pessoas com deficiência devem ser incluídas na sociedade e têm direitos iguais aos restantes cidadãos;
- A acessibilidade deve estar ao alcance de todos;
- O acesso à educação, à justiça, aos cuidados de saúde, à nacionalidade e à habitação são um direito comum.
Os Estados que assinaram a Convenção comprometeram-se a adotar as medidas necessárias para assegurar a igualdade de acesso a todos os espaços, infraestruturas e serviços. Algumas destas medidas incluem:
- A garantia de que as pessoas com deficiência têm acesso às instalações públicas;
- A utilização de sinalética em braille nos edifícios e outras instalações abertas ao público;
- A promoção de sistemas de informação e tecnologias acessíveis a todos e com custos reduzidos.
Foi, ainda, criada uma Comissão para os Direitos das Pessoas com Deficiência com membros eleitos pelos Estados que assinaram a Convenção.
Normas para a acessibilidade universal em diferentes ambientes
Assegurar o cumprimento da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência não foi tarefa fácil. Aliás, tal só foi possível com a União Mundial para a Deficiência (World Disability Union) em 2011 em Istambul.
O objetivo da União foi identificar e facilitar a remoção das barreiras sociais, económicas e ambientais e, para tal, criou-se o Guião Universal para Pessoas com Deficiência (The Universal Standard Guide for Persons with Disabilities).
Foi precisamente neste documento que se definiram critérios importantes para garantir a acessibilidade dos edifícios, ruas, transportes, entre outros.
Em seguida, destacamos algumas destas medidas para que possa conhecer em detalhe quais os seus direitos e de que forma pode minimizar ou até mesmo eliminar estas barreiras.
Rampas: como criar um ambiente acessível
Nas construções atuais é mais fácil encontrarmos alternativas às escadas e aos degraus muito altos. No entanto, ainda existem estruturas que pela sua arquitetura mais antiga oferecem obstáculos à mobilidade.
As rampas são uma ótima solução para ultrapassar estas barreiras, devolvendo o conforto e a segurança às pessoas com problemas de mobilidade e que necessitam acessar estes espaços.
As rampas devem ser utilizadas para facilitar o acesso de todos não só às entradas dos edifícios, como também às calçadas e faixas de pedestres. Além de terem declives baixos, devem apresentar as seguintes características:
- Em áreas mais movimentadas, as rampas devem ter o mínimo de 180 cm de largura. Em zonas menos movimentadas, estas podem ter 90 cm de largura;
- Deve-se incluir um patamar de 250 cm de comprimento sempre que a rampa tenha mais de 10 metros de comprimento;
- A rampa deve ser feita de material antiderrapante e com textura. No topo da rampa deve ser aplicado um material diferente para assinalar a mudança de elevação;
- Deve-se incluir um corrimão ou grades para delimitar o espaço ocupado pela rampa.
Embora a rampa seja uma boa solução de acessibilidade, atualmente existem soluções de mobilidade muito mais confortáveis e seguras como, por exemplo, as plataformas elevatórias.
Na Stannah, dispomos de uma vasta gama de plataformas elevatórias pensadas tanto para ambientes interiores como exteriores para promover um acesso fácil e seguro a todas as pessoas.
Além de facilitar o acesso de pessoas em cadeiras de rodas aos diferentes espaços, pais com carrinhos de bebê também podem usar estas plataformas para um acesso mais confortável.
Normas para a construção de escadas em espaços acessíveis
As escadas não podem e nem devem ser totalmente eliminadas dos edifícios públicos ou privados. Por isso, existem normas que tornam a sua utilização mais segura e confortável para todos, incluindo:
- Deve ser instalado um corrimão de ambos os lados da escada;
- Os patamares e degraus devem incluir um revestimento antiderrapante;
- Por cada lanço de escadas com 180 cm deve ser incluído um patamar de 120 cm;
- O topo das escadas deve conter uma superfície tátil com material diferente e com 60 cm de distância do início da escada.
Quando é necessário encontrar uma alternativa às escadas, uma cadeira elevatória é uma ótima solução. Este irá facilitar o deslocamento entre diferentes andares de um edifício bem como o acesso a espaços exteriores.
Além de serem muito confortáveis, as cadeiras elevadores oferecem a possibilidade de continuar a movimentar-se livremente e manter uma vida mais ativa.
Independentemente do formato das escadas, quer sejam retas, curvas ou exteriores, na Stannah temos diferentes modelos de cadeiras elevatórias totalmente pensadas para responder a todas as suas necessidades de acessibilidade e adaptarem-se na perfeição ao seu espaço.
Outra solução de mobilidade que pode considerar como alternativa às escadas são os elevadores verticais. Existem diferentes modelos no mercado, mas de forma promover a acessibilidade universal, devem ser considerados os seguintes pontos:
- As cabines têm de ser adequadas a cadeira de rodas;
- Os botões devem ter no mínimo 19 mm e leitura em braile;
- Os sinais sonoros que alertam para a subida, descida, abertura de portas e o número de pisos são essenciais para a segurança de todos e, como tal, devem ser sempre incluídos.
Normas para criar edifícios mais acessíveis
O princípio da igualdade reforça a ideia de que as pessoas devem poder utilizar as mesmas rotas ou caminhos independentemente dos seus problemas de mobilidade.
No Guia Universal para Pessoas com Deficiência (The Universal Standard Guide for Persons with Disabilities) encontramos as seguintes normas para tornar os edifícios mais acessíveis:
- A entrada principal e pelo menos uma entrada secundária não devem ter qualquer barreira. De igual modo, devem ter uma textura diferente do restante pavimento;
- A abertura de portas deve ser larga, com espaço suficiente para cadeiras de rodas;
- Se possível, deve-se optar por portas automáticas;
- Deve existir um bom contraste visual entre as portas, o chão e as paredes;
- Os lugares de estacionamento acessíveis devem estar próximos da entrada principal.
Normas para edifícios acessíveis: transportes
As estações, pontos de ônibus e terminais são locais que devem promover as normas de acessibilidade universal para que todas as pessoas tenham a oportunidade de fazer uso destes se assim desejarem.
É, por isso, essencial procurar reduzir a distância que as pessoas em cadeiras de rodas têm de percorrer para poder aceder a estes locais e serviços.
De igual modo, as bilheteiras, as máquinas de compra automática de bilhetes ou as caixas automáticos também devem obedecer a dimensões mínimas que facilitem a sua utilização.
No caso dos ônibus, a instalação de rampas automáticas é essencial. Além disso, devem existir assentos prioritários e áreas definidas para pessoas em cadeiras de rodas, sempre com boa iluminação e chão antiderrapante.
Os sete princípios do design universal
Ao desenvolvermos produtos, serviços e ambientes, é importante procurarmos soluções que respondam às necessidades do maior número de pessoas.
Para tal, é essencial estabelecermos bases sólidas e eficazes. Com este objetivo, um grupo de arquitetos, designers de produto, engenheiros e investigadores de design ambiental, criou em 1997 os sete princípios do design universal.
Estes princípios são uma forma eficaz de assegurar que tudo o que é criado pode ser usado facilmente e sem exceção. Tudo o que for desenvolvido segundo estes princípios será inclusivo e facilitará a acessibilidade universal. Os sete princípios do design universal são:
- Uso equitativo: os meios podem ser utilizados por todos sem exceção. Caso não seja possível, devem ser criadas soluções idênticas;
- Flexibilidade no uso: cada pessoa deve poder escolher o método a usar, facilitando a precisão;
- Uso simples e intuitivo: procurar desenvolver um design fácil de compreender. As informações devem estar organizadas conforme a sua importância. Independentemente da língua ou da experiência da pessoa, esta deve ser sempre capaz de entender o que é pretendido;
- Informação percetível: desenvolver modos diferentes para apresentar a informação essencial. O objetivo é criar condições para que as pessoas com limitações sensoriais consigam perceber o que foi desenvolvido;
- Tolerância ao erro: o design deve prevenir erros e minimizar os perigos através da organização dos elementos;
- Baixo esforço físico: procurar minimizar o esforço físico e as ações repetitivas, isto é, manter o nível de conforto;
- Dimensão e espaço de abordagem e de utilização: deverá existir um espaço apropriado e uma linha de visão clara, independentemente da posição da pessoa. Similarmente, deve estar prevista uma área para o uso de dispositivos auxiliares e de assistência pessoal.
Mais do que princípios, estes devem ser encarados como um processo. Ao anotarmos estas considerações nos próximos projetos que fizermos, estaremos eliminando custos desnecessários, pois iremos reduzir a necessidade de criar várias respostas para o mesmo problema.
Alcançar a acessibilidade universal com as soluções de mobilidade Stannah
Imagine um futuro em que todas as pessoas possam acessar livremente a todos os serviços, produtos e lugares. Um futuro em que as limitações físicas ou cognitivas não são uma barreira para viver em sociedade.
Garantir a acessibilidade universal é fundamental para alcançar esse futuro, e todos nós devemos assumir o compromisso de torná-lo realidade.
A educação tem um papel de destaque na mudança de mentalidades para uma maior inclusão e perceção das dificuldades das pessoas mais vulneráveis.
Ao conhecer a legislação em vigor e ao lutar pelos seus direitos, poderá mudar a sua vida e a dos que o rodeiam, recuperando a independência e o bem-estar.
Em Stannah, estamos empenhados em ajudar as pessoas a viver a vida ao máximo, oferecendo soluções de mobilidade desenhadas para ultrapassar diferentes problemas de mobilidade.
Se estiver interessado em saber mais sobre como os nossos produtos podem tornar o seu espaço mais acessível a todos, entre em contato conosco ou solicite uma chamada. Teremos todo o gosto em contar-lhe como os nossos produtos podem ajudá-lo a viver de forma mais feliz e ativa.
Fontes:
- Accessibility
- WHO Disability
- Universal Design
- What is universal accessibility?
- The 7 Principles of Universal Design
- United Nations Article 9 – Accessibility
- Constitution of the World Disability Union (WDU)
- United Nations, Committee on the Rights of Persons with Disabilities
- World Disability Union The Universal Standards Guide for Persons with Disabilities
- United Nations Treaty Collection Convention on the Rights of Persons with Disabilities